terça-feira, 5 de novembro de 2013

A çucar, A grotóx, A do botóx





Agrotóxicos, cigarro, açúcar
Câncer
Aceleração, choque, insuficiência.
 Mudanças radicais. Muita força.
Grande efeito. Controle. Morte.
Controle da morte. Escolha de vida. Cultura do poder.
Força. Muita força.
Evolução.  Barco à deriva.
Não tem como não se molhar na maresia do convés.

Fumaça, prazer, comida.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Ser ou não ser lixo



                Recantos energéticos, refúgios da paz invadidos por bárbaros.

        Gargarejo. Comemoro a saída da sprite do meio fio. Três meses de difícil convivência. Ao menos fosse um refrigerante cubano. Reflorestamento e preservação do ambiente florestal.  Despreparo para lidar com verdadeiras situações de risco à contaminação e degradação do ambiente na zona urbana e rural. 
              Declara-se guerra ao “mato” e às plantas espontâneas como forma de controle ambiental de bichos perigosos. Pelo amor de deus! Planta não dá dengue nem "dá cobra" e não é lixo. Lixo também não é inútil. Nem planta nem lixo moram no meio fio da calçada. Não mais. 
Interpretando galhos e folhas apenas como “possível esconderijo de animais nocivos ao homem” é possível incorrer num erro que transforme fornecedores de riqueza natural, sombra, pouso para pássaros, alimentos saudáveis, alegria para crianças e exuberância visual em inóspitos criadores de espécies perigosas. 
Os galhos e folhas ordenadamente espalhados no solo são a “inovação” do chamado “plantio direto”.  Imitam o ciclo natural da matéria orgânica nas florestas diminuindo gastos com adubação. Mas aí galho e folha não é lixo. Isso é palha! Artigos e mais artigos. Teses e pesquisas paia. A revolução da palha.

             Santa palha. Palha nossa de cada dia nos dai hoje assim nas árvores como no solo. Perdoai as nossas ofensas como as dos nossos irmãos que estão no caminho da coleta seletiva. Amém. Lívia, oh Lívia! Com sua ajuda a nossa rua será tão limpa como os nossos quintais. Ajude-me a limpar o ar dos carros de som. Que assim seja. Ô velho rabugento...

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Barata do Suriname

Surinam Cockroach (Pycnoscelus surinamensis)

Barata do jardim. Não entra em casa, acelera a degradação da matéria orgânica. São indicadas como pets. Das 4500 espécies de Baratas apenas 25 são consideradas prejudiciais ao ser humano. Campanha de desarmamento. Manifestação contra o especismo. Seja solidário.  Entregue seu chinelo no posto policial mais próximo.

Informações: Amateur Entomologist's Society
http://www.amentsoc.org/insects/caresheets/cockroach.html

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Valorização do alimento orgânico






          Tem que ser caro mesmo. Muito mais. Quanto custa o seu tempo? Imagine o trabalho de um dentista. É uma boa comparação. Um dentista é um profissional que tem que ser bom e ser um artista. Quando faz o serviço de qualquer jeito, suas obturações ficam terríveis. Seu hálito começa a afastar as pessoas e você se sente podre. Doente por dentro. Agora, quando ele é bom, resolve seu problema. Quanto vale um sorriso? Esse é o melhor slogan dentário que já vi. 
               Orgânico de verdade deve te fazer sorrir. Como um bom óleo faz um motor funcionar bem. Curioso é que um óleo bom mesmo é sintético e um alimento bom mesmo é natural. Os alimentos mais saudáveis não têm, até hoje, um método geral comprovado e unânime, que ateste sua qualidade e garanta a melhoria na vida toda da pessoa que o consumiu. Existem certificações e selos como times de futebol. Outra boa comparação. Siga aquela que sua família escolheu ou a que as cores são mais bonitas. Missão artística e complicada como uma obturação é a produção e certificação orgânica. De um lado, temos os salgados de isopor comprovadamente terríveis e do outro, os sucos verdes naturais comprovadamente ótimos para a saúde. E no meio dessa escala? Fazer o quê? Orgânicos são os que tentam e se propõem em sua ideologia, ou seja, tem ideia fixa por isso, a proporcionar os mais saudáveis e naturais. Peneiram o supra sumo. Não são menores ou mais atacados pelas pragas não. Isso sim é picaretagem. 
             O ideal seria uma espectometria individual. Uma nova função para o celular. Um tipo de Bluetooth. O greentooth, que identificaria o grau de saudável que tem o produto. Aí você inseriria: tipo de produto: iogurte. A marca do iogurte:  x e um aplicativo calcularia o (prazer/saúde)-benefício do produto. A certificação não iria valer a pena se esse aparelho existisse. Enquanto essa tecnologia fica restrita ao mundo dos nossos sonhos e documentários de TV paga, o preço alto dos orgânicos se justifica. Claro que tem muita coisa boa e melhor sem selo, mas muita coisa pior e bem prejudicial com grandes atrativos sensoriais e vale brindes. O preço é esse. Caro. E muito bom. Mas quem ganha ou doa produtos super saudáveis e saborosos a preço de banana "matada" deve ter noção e saber que a valorização é mesmo muito maior que o preço do ceasa ou da feira. Nesses casos, ao ganhar ou comprar produtos saudáveis, saborosos e  naturais, olhe os dentes do cavalo dado ou tenha fé.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Em busca de uma boa sombra

A vida é assim. Reflexiva. Como os raios do sol que fazem bem, mas fazem mal.
Apenas quando estamos com o sol queimando a nuca. Achando que vamos desmaiar de ensolação. Aí surge uma luz no fim do túnel. Ou uma sombra no fim do caminho. Que faz com que  todas as angústias se transformem em alívio de uma respiração mais leve. O cheiro de mato seco dá vontade de parar e sentar. Qualquer fruto é o mais doce. Qualquer marmelada de cachorro derrete na boca como um picolé de brigadeiro. A água fria, gelada é a mais massageadora e o som do vento é a música mais bonita. Amém.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Apimentando a discussão orgânica




        Fiz uma tentativa de juntar um grupo mais ecológico ao redor das pimentas. Sabia que a tarefa  seria difícil ou quase impossível. Como contagiar uma ideia, um novo modo de pensar que exige muito tempo para digerir? O trabalho lento foi sendo levado em paralelo, quase escondido. Minha tarefa principal era coordenar o aumento da produção. Afinal a pimenta é apenas um tempero e o que faz bem e o que faz mal nesse mundo está muito relativo. Um temperinho tóxico no meio de batatas, morangos e tomates? No meio de drogas e remédios, fumaça, barulho da reforma do vizinho, horas assentado ou em pé sem vontade no dia a dia. Apenas a partir das grandes intoxicações, das doenças brabas diretas, logo depois de uma aplicação de um inseticida, banhos de produtos sinistros ou algo parecido é que o agricultor ou qualquer um começa a duvidar do valor de certas ferramentas.
      Comecei participando da capina. Levei minha roçadeira no fiat e experimentei na pele o trampo que daria para substituir o “MATA MATO”. As duas plantações eram grandinhas e não consegui terminar em um dia só. O esforço mental se traduzia em esforço físico. A produção estava sendo levada nas coxas, porque era fruto de uma iniciativa política num momento em que vivemos o auge do menosprezo às ideias e orientações dessa natureza. Salve o mensalão Orgânico! Desse modo, calculei que seriam boas as chances de deixar a pimenta meio no mato e trabalhar seu valor por não ter recebido nenhuma aplicação de agrotóxicos em sua vida.
         Levei essa proposta na miúda e essa publicação é um esforço para valorizá-la. Não trabalho mais pelo aumento da produção porque sou teimoso e “a minha teimosia é uma arma para te conquistar”. Dedico-me agora exclusivamente à descrição dos bravos lutadores, que enfrentam a batalha da agricultura natural, sem dopping. Em breve estarei presenteando meus amigos com os frutos dessa empreitada e oferecendo a todos a possibilidade de contribuir com novas viagens como essa. 
        Em breve: Conservas de pimenta “Mais Ecológicas” graças ao descrédito político, à teimosia naturista  e principalmente à cabeça aberta e sensível de alguns seres humanos da roça e da cidade que pelejam, mas não desanimam.