domingo, 1 de abril de 2012

Hora de baixar o mato.

Uma coisa é sempre uma grande dificuldade para as pessoas que gostam da agricultura orgânica, natural, ecológica, agroflorestal, etc.. Essa coisa é a hora certa de baixar o mato no quintal. O culto à natureza, gloriosa mãe, divina provedora de benditos frutos, mãe dos passarinhos, grilos, borboletas, esquilos, macaquinhos e porcos espinhos, enfim, essa supervalorização verde dificulta o homem e a mulher a vencerem a inércia e mudar tudo com suas mãos. Pegar na enxada, foice, facão, moto serra, roçadeira, trator, correntão, pulverizador e "pimba na chulipa". Como dizia o pensador Gabriel "Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura. Na mudança do presente a gente molda o futuro." Sim. O ser humano é capaz de mudar tudo. E com pequenas ferramentas ou grandes, podemos fazer grandes artes ou grandes estragos. Nenhum permanente. Nem a morte é eterna. Todos os estragos e ganhos são facilmente calculáveis. A capacidade de regeneração, a força do mato, a necessidade dos nossos filhos, a gente calcula com a cabeça no coração. Ou coração na cabeça. Certo é que a gente é capaz de calcular. Os 20, 30, 80 por cento. 10, 15 ou 30 metros, são apenas indicadores da força de tração. Da mão, do motor, do reagente. Da capacidade de eliminação ou introdução. A hora e a altura do mato no quintal dependem do cheiro, do som, da insolação, da lua, do tempo e da disposição. Dependem dos insumos, do canto do sabiá. No quintal, eu vejo essa hora se aproximar quando tudo parece parado. O movimento é claro e bem vindo. Certeza de nenhum espinho no meu caminho. Nenhum porco, espinho. E logo a terra está lá, no cio. Cheirosa. Perfumada. Nenhum arranhão importante. Todos salvos. Viva. Plantio.

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